domingo, 21 de fevereiro de 2010

Os touros ao serviço da diplomacia

Até aos anos 70 do século passado, o programa das visitas de governantes estrangeiros a Portugal incluía quase sempre a presença numa corrida de touros. O hábito vinha, pelo menos, desde os tempos de D. Carlos I. Empenhado em garantir o bom relacionamento do nosso país com as potências europeias da época, D. Carlos convidou os reis Eduardo VII de Inglaterra e Afonso XIII de Espanha, o kaiser Guilherme II da Alemanha e o Presidente da República Francesa, Emile Loubet, a deslocarem-se a Portugal, o que aconteceu entre 1903 e 1904. Em homenagem aos ilustres visitantes, organizaram-se corridas no Campo Pequeno, com a pompa das touradas de outras eras.
A visita de Eduardo VII teve uma importância especial, pela necessidade de sarar a ferida aberta pelo Ultimato britânico de 1890. Em honra do monarca realizou-se em Lisboa, em 6 de Abril de 1903, uma corrida em que foram lidados dez touros do criador coruchense Manuel dos Santos Correia Branco. Actuaram os cavaleiros José Bento de Araújo, Fernando de Oliveira, Manuel Casimiro, Joaquim Alves, Francisco Serra e Eduardo de Macedo, um nutrido conjunto de bandarilheiros e dois grupos de forcados.

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