quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Manuel dos Santos nasceu há 85 anos

Assinala-se hoje, 11 de Fevereiro, o 85º aniversário do nascimento daquele que foi o mais popular matador de touros português e figura de destaque no panorama taurino mundial da década de 1950: Manuel dos Santos.
Originário de uma família da Golegã com fortes tradições tauromáquicas -um avô e dois tios tinham sido bandarilheiros-, cedo manifestou vontade de se afirmar nas arenas. Depois de aprender os rudimentos do toureio com Patrício Cecílio, antigo toureiro amador da Golegã, Manuel dos Santos principiou a sua carreira como bandarilheiro, em 1943. Três anos depois decide enveredar pela senda de novilheiro, fazendo a sua apresentação pública em Espanha a 26 de Junho de 1947, em Badajoz. As três orelhas e o rabo que cortou nessa corrida são o passaporte para uma série de seis actuações na Monumental de Barcelona, que o projectam com força no país vizinho.
A 14 de Dezembro de 1948 toma a sua primeira alternativa na praça El Toreo, na Cidade do México, mas sofre uma gravíssima colhida, que o coloca entre a vida e a morte. Recupera, renuncia à alternativa mexicana e vem a doutorar-se em Sevilha, a 15 de Agosto de 1948, apadrinhado por Chicuelo. Num crescendo de êxitos, Manuel dos Santos é o líder do escalafón da temporada de 1950, com 93 corridas toureadas, em Portugal, Espanha, França, México, Venezuela e Colômbia. Corta nessa temporada 46 orelhas e nove rabos.
Em Portugal, esgota praças e compete acesamente com Diamantino Vizeu. O país divide-se em manuelistas e diamantinistas, naquela que foi a época de ouro do toureio a pé entre nós. Manuel dos Santos foi também imensamente popular no México, mercê dos grandiosos triunfos que ali alcançou. A 29 de Janeiro de 1950, na Monumental do México, conquista a prestigiosa «Rosa de Ouro de Guadalupe», em competição com Luís Castro El Soldado e Silvério Pérez. Pelo ruedo asteca passeou nessa tarde Manuel dos Santos um total de quatro orelhas e dois rabos. A 1 de Abril do ano seguinte, toureia três corridas num só dia, mano-a-mano com Carlos Arruza, nas praças de Morélia, Cidade do México e Acapulco.
Atingido por sérias lesões nos joelhos, Manuel dos Santos despede-se pela primeira vez do toureio em 1953, numa histórica corrida realizada no Campo Pequeno. Reaparece em 1960 e, entre triunfos e colhidas, mantem-se no activo até 1963. Depois de abandonar as arenas dedica-se de alma e coração ao empresariado taurino, explorando o Campo Pequeno e um importante conjunto de praças portuguesas. Como empresário, é recordado como o mais dinâmico e aficionado que Portugal conheceu. Vítima de acidente de viação, o Lobo Português, como os mexicanos o baptizaram, vem a morrer em 17 de Fevereiro de 1973.

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