quarta-feira, 29 de abril de 2009

Em defesa da Festa (I)

Nos últimos 20/30 anos, o Mundo alterou-se profundamente. As ideologias políticas, que dominaram grande parte do século XX, esbatem-se. Os partidos perdem conteúdo ideológico e as diferenças entre esquerda e direita atenuam-se. As formações partidárias «clássicas» convergem para o centro do espectro político, evitam temas arriscados («fracturantes») e cultivam o discurso politicamente correcto. Apesar destas operações de restyling, os cidadãos mostram-se desiludidos com a praxis partidária e aproximam-se de outro tipo de organizações, com origem, muitas vezes, em movimentos da sociedade civil. Estes novos agrupamentos, mais próximos dos problemas e das necessidades do cidadão comum, introduzem novos temas na agenda política. Falamos de questões tão diversas como a ecologia, a defesa do meio ambiente, a protecção dos animais e a luta contra a extinção das espécies, os direitos de cidadania, a igualdade de direitos, o combate contra as várias formas de discriminação, etc..
No quotidiano, estas teorias traduzem-se em novos estilos de vida. Promovem-se os comportamentos «saudáveis», denunciam-se os malefícios do tabaco e de certos alimentos, difundem-se as virtudes das dietas, do exercício físico e da prática desportiva. O conceito de juventude é hipervalorizado: antes de tudo, interessa ser, ou parecer, jovem. A difusão deste caldo de cultura é facilitada pelo aparecimento das novas tecnologias da comunicação, nomeadamente da Internet. O gigantesco incremento das capacidades comunicacionais transforma em realidade o sonho de McLuhan: o universo é agora a Aldeia Global. (Continua)

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