sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

No 70º aniversário de Solilóquio

O cronista taurino João Cristóvão Moreira, mais conhecido pelo apodo de Solilóquio, cumpre 70 anos no próximo dia 24 de Fevereiro. Nascido em Lisboa, em 1929, João Cristóvão Moreira exerceu ao longo da sua vida funções diversificadas: foi comandante de Marinha, director-geral do Comércio, secretário de Estado da Descolonização e da Integração Administrativa, director de serviços da companhia de seguros Tranquilidade, administrador da Empresa Pública dos Jornais Notícias e Capital e director-adjunto da revista «Negócios». Fez crítica taurina no «Diário de Lisboa» e no «Diário de Notícias» e colaborou na revista «Novo Burladero». As suas últimas crónicas reportam-se à temporada de 2000 e encontram-se no livro «O Corte da Coleta» (2003). Porque Solilóquio não se limitava a publicar as suas crónicas nas colunas dos jornais. Pontualmente, no início de cada ano, editava um livro com as crónicas da temporada anterior. Entre 1965 e 2003, deu à estampa 33 preciosos volumes, com títulos que são quase sempre um achado de graça e engenho: «Broncas e Olés», «Toca a Música», «Touros e Portarias», «Até ao Rabo é Touro», «Memórias de um Bilhete de Sol», «Farpas e Barretes», «No País das Touradas», «Os Clarins da Esperança», «Tércio de Quites»... Solilóquio publicou ainda uma sentida biografia do diestro José Falcão, que se espera que a Câmara de Vila Franca reedite um dia, e os livros «Coração não tem Cor» e «Uma Vela na Escuridão».
O seu primeiro livro, «Ao Sol da Ibéria», compilação de crónicas que vão de 1948 a 1964, foi uma pedrada no charco morno do mundillo taurino português. Com uma mão cheia de textos inovadores, de uma acutilância e qualidade literária que apenas encontra precedente nos escritos de outro grande cronista, D. Bernardo Mesquitela, Solilóquio veio demonstrar que a crítica taurina podia ultrapassar os gastos clichés que então se usavam. Das rísiveis peculiares da corrida à portuguesa (o embolado e o afeitado, a chateza do intervalo e os cabrestos, a morte simulada e a voltinha à arena) extraiu irónicos apontamentos e, muitas vezes, a beleza que na praça não se viu. Admirador de João Núncio e dos toureiros de arte, como Rafael de Paula e Curro Romero, Solilóquio sempre se manteve arredado dos mentideros taurinos e das suas tantas vezes nefastas cumplicidades. Por isso deixou na Festa um rasto de dignidade e maestria difícil de igualar.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Novo blog: Cavaleiro Tauromáquico


Cavaleiro Tauromáquico é o título de um blog centrado na figura de José Bento d'Araújo e na tauromaquia dos séculos XIX e XX.
José Bento d'Araújo (1852-1924) foi um dos mais populares cavaleiros da transição entre aqueles dois séculos. Era o tempo dos touros corridos, vício que não incomodava José Bento. «Fazia-lhe tanta diferença ter de toirear um toiro puro como um com oito ou nove praças», assinala Pepe Luís («Lisboa das Toiradas»). Presença habitual nas praças portuguesas, actuou também na França (Paris, Nîmes, Avignon, Marselha), Espanha (Madrid, San Sebastián) e Brasil. José Bento d'Araújo foi também empresário taurino. Além da preciosa informação já disponibilizada, o autor do blog, Rui Araújo (descendente de José Bento?), promete divulgar brevemente «documentos inéditos de arquivos estrangeiros».
(cavaleirotauromaquico.blogspot.com)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Passo a citar (II)

«Daí que os rejoneadores espanhóis sempre se esforçassem para atingir o aperfeiçoamento dos cavaleiros portugueses. Mas com o tempo, sobretudo nos últimos anos, a situação parece estar invertida. Actualmente, são alguns dos cavaleiros portugueses que se esforçam para atingir a espectacularidade dos rejoneadores espanhóis.»

Catarina Bexiga (Novo Burladero, Fevereiro de 2009)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sobre touros e toureiros...grátis

Não conheço muitos sites assim. Que disponibilizem gratuitamente tantos e tão interessantes estudos de temática taurina, fruto do labor e dedicação de Juan José Zaldívar Ortega (na foto), doutor em Medicina Veterinária e Zootecnia. Dada a formação do autor, os escritos sobre o touro estão em maioria: «Agresivos y Poderosos Toros de Ayer...», «El Enigma de la Bravura», «4000 Toros 4000», «Miuras, más de ciento cinquenta años de gloria y de tragedia», «Enciclopedia del Toro de Lidia», «Incursionando en lo Desconocido - Apuntes sobre la 'Caída' del Toro Bravo». Mas contam-se igualmente títulos sobre os protagonistas humanos da Festa: «La Saga de los Bienvenida», «Rafael Ortega Domínguez, el rey de espadas del siglo XX», «Bernardo Gaviño Rueda», «Los Varilargueros de El Puerto de Santa Maria». Para aceder às obras de Zaldívar Ortega basta clicar em http://www.fiestabrava.es/.

Passo a citar (I)

«...o toureio a pé tem uma importância vital, porque só aí [os aficionados] se encaram com a verdade primordial do toureio: a emoção do encontro e confronto entre um homem e um touro com as hastes limpas.»

David Leandro (Novo Burladero, Fevereiro de 2009)